sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

enquanto a inspiração nao vem...





"She Has A Girlfriend Now"
( Reel Big Fish)
she has a girlfriend nows
he has a girlfriend now
she has a girlfriend now,
she said"guys don't do no more for me"
"you never loved me, like i wanted you to"
"i loved you baby, what do you want me to do?"
she said she found someone
who's gonna hold her hand
she said she found someone
who's gonna understand
she don't need nobody to be her man
she don't need nobody to be her man
i never thought it would end like this
just because i've got no tits
i'll shave my legs,
i'll wear a bra
i'll even cut my pennis off for you...
she has agirlfriend now.

sábado, 22 de novembro de 2008

Conto G.


Estória de G, meninão que dormia na casa da avó, e sonhava com a mina que NÃO comera na noite passada. Como a gata tinha deixado o menino “na mão”, ele foi dormir com a sua fome não saciada. E sonhava com ela. Linda. Morena. Pernas e seios torneados. Sorriso aberto e sedutor. Blusa semi-aberta. Mão acariciando seu corpo. Beijo quente e molhado. O olhar felino provocador o chamava para o sexo. E ele, sempre bem disposto para dominar aquela fera selvagem. Puxa-a para si, com a força de macho dominador. Ela finge resistir, mas, sorrindo, termina de abrir sua blusa e, rapidamente, se deixa entregar, só de calcinha. Preta. Pequenininha. Que ele arranca com a boca. Sua avó entra no quarto, e G. sonhando, só com um fino lençol cobrindo seu corpo, não tem controle sobre a volúpia se seu membro teso e ereto. E devora seu corpo até chegar em sua boca e se encaixar nas ancas daquela fêmea “caliente e seLbagem”, sobre a qual cavalga. E ela geme de prazer. E ele, comendo-a intensamente. O gozo por vir. Sua avó, horrorizada com a cena, lança-lhe um tapa na cara. O que deixa-o ainda mais excitado, a ponto de gritar, pedindo enlouquecidamente: BATE, GOSTOSA! BATE COM FORÇA! E se agarra, ainda com mais vontade, áquele corpo que, não se sabe como, está agora flácido e sem carne. Abre os olhos para ver melhor - e vê: sua avó, deitada sobre seu pau duro, com aquela cara brava de vó xingando o neto. E ela sente, imediatamente, a broxada do neto, ofendidíssima com aquilo tudo, mas, no fundo, feliz com aquela que foi, provavelmente, a primeira e última vez em que um homem a chamou de gostosa com tanto fervor e, ainda, lhe permitiu experimentar o prazer de seu membro encostar em suas partes íntimas que, por baixo do vestido de florzinhas miúdas, guardavam-se também sem calcinha...

sábado, 15 de novembro de 2008

Gotas




Solidão do mundo moderno
Eu e as folhas do meu caderno
E as letras
Que se perdem se encontram se misturam
E formam um mundo povoado
Por sentidos construídos, friamente calculados
Para tapar buracos criados pelos requisitos
Da tão clamada modernidade


Onde estão meus amigos?


***



Nota "antiga":


Apaixonada de novo.
Pela mesma pessoa de novo.
Mas juro que dessa vez vou me reprimir.
Comprimir até minimizar ao máximo - e sumir - de novo.



***


A distância é um tormento.
Momento de desejo constante que não se realiza e-
Como você sabe-
Não se realizará.

E a única coisa que eu consigo pensar é na seguinte pergunta:



O que fazer para acabar com essa saudade?


***


Eu me recolho como folhas secas num monte. Ficam ali pra sempre. Quietas. Recolhidas.


Desde que não vente.

Desabafo urgente


Não quero saber do que não dura pra sempre; do que é fugaz e etéreo. Não me interessa o brilho que não é meu ,que não é pra mim . quero o certo, quero o fiel. No mais, é tudo brincadeira. É tudo sem consideração ao que eu guardo aqui dentro do peito. Será que ele sabe que ele me machuca aqui dentro? Cuidar de mim não é cuidar do que está de fora, é preservar a integridade do meu interior. E será que ele pensa nisso? E será que eu posso pedir pra ele pensar nisso enquanto vive sua vida? Considerá-lo e considerar a mim também. Que vontade me dá de chorar quando vejo uma outra menina olhando pra ele. que vontade que me dá de chorar e desistir do mundo quando vcjo ele sorrindo para outra menina. Mas ele está la´; 10 mil kilometros de distancia não me separam dele. Mas talvez semparem ele de mim. E eu fico aqui com ele. e ele lá, sem mim. Eu o vejo; ele não me vê. Eu quero gritar, eu quero brigar. Mas ele não me vê . não me escuta. Me sente? Engulo tudo isso a seco.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Linda

*

Ela era linda. Maravilhosa. Não importava o que pensava; não importava o que fazia. Muito menos importava o que dizia. Quando ela abria a boca sua voz desaparecia e somente sua boca era vista. Boca vermelha, naturalmente vermelha e fofa. Daquelas que sempre dão vontade de dar uma mordidinha. Realmente era impossível prestar atenção no que ela trazia, porque o seu corpo, a sua imagem, ocupava o lugar de todo o resto que ela podia oferecer. E todo o resto simplesmente não interessava mais. Apenas a sua imagem bastava.

Todos diziam que ela poderia ser modelo. E ela sempre soube que, de fato, sua beleza tinha serventia. Mas ela queria usá-la apenas para si. Não queria usar o seu poder em troca de dinheiro, para o bem de terceiros. Porque, ao mesmo tempo, ela sabia que beleza não era nenhum valor de caráter. Ela nasceu com aquela cara, ela cuidava daquele corpo. E era tudo externo e sem querer. Não havia esforço. Portanto, não havia mérito.

Mas e os homens? Os homens a colocavam num pedestal. Ela ficava alta. Sempre inalcançável. Sempre acima do plano de todos. Sempre mais. Parecia que sempre se curvava a eles. E todos sempre demonstrando devoção àquela beleza altiva e sempre se distanciando dela por acreditarem que ela era, realmente, boa demais.

Mas e ela? Ela tinha o poder da sedução. Era um sorriso, uma piscadinha, e ela conquistava o mundo. Mas ela se sentia só. Porque ela queria SER conquistada. Ela queria um homem que tivesse a coragem de chegar até ela e acreditar que ali, dentro daquele corpo, havia algo bem melhor e mais valioso do que aquilo que podia ser visto. Mas isso não acontecia. Pois os homens têm medo de perder o controle... e todos se descontrolavam perto dela...

Um dia ela foi ao açougue. Distraiu-se vendo o açougueiro com aquela faca na mão destroçando as partes do boi. Que força. Que corte certeiro. Era preciso fazer um ângulo maior com o braço para que a força fosse suficiente. Afinal, era um boi; eram ossos, eram carnes, eram músculos... e era preciso tudo isso para poder cortá-lo em pedaços... e foi interrompida por ele que, num tom descontraído, porém malicioso, perguntou:

-Precisa de alguma coisa, princesa? Algum pedaço desse boi?

A pergunta foi seguida por um sorriso e por mais um corte exemplar de quase todas as habilidades daquele açougueiro.

Ela ficou lá, parada, como se aquela cena tivesse consumido todo o seu raciocínio. Sua boca um pouco aberta. Seus olhos brilhantes. E seu corpo quente com há muito não ficava.

Ele a olhou de novo. Ela continuava olhando para ele. Agora nos olhos. E ele entendeu tudo.

-Quer que manda entregar, rainha?


E foi assim; ela deixou seu endereço no açougue. E ele sempre vai lá, suado, sujo de sangue, entregar para ela o pedaço de carne que ela tanto desejou. E ele nem quer saber se ela é isso ou aquilo. Ele chega perto dela. Ele pega nela. Sem medo. Afinal, ele esquarteja bois...

domingo, 26 de outubro de 2008

o que dizia a minha avó

Sempre tive pra mim que ser correta era sempre a melhor opção de vida. Nunca tive o dilema em saber o que é certo ou errado, sempre considerei certo o que não trazia problemas à minha consciência. E sempre procurei elevar essa questão da consciência à coerência de agir de acordo com os meus pensamentos e, principalmente com o meu discurso. Daí o meu enorme compromisso com a palavra. Eu acredito em palavras. Nas minhas palavras. Não nas dos outros. Para os outros eu tenho como primeira referência o comportamento, sabendo que falar é fácil, e que não; as pessoas geralmente não juntam palavras a ações.

Acho que por ler muitos livros clássicos, que têm aquele ideal de mulher nobre em seus atos, em suas intenções e sempre numa posição de resguardo, como se realmente fosse preciso se defender de algum perigo que espreita, eu tento me parecer com elas. Mas, na verdade, me guardo não por medo de algum perigo, e sim porque acho que o que é meu tem valor demais pra ser distribuído para muitos. Mas com isso acabo tendo que guardar tudo isso só pra mim, e isso acaba me fazendo mal também.

Já que “nenhum homem é uma ilha”, e por mais que eu não seja “obrigada a relacionar”, guardar tudo que é meu só para mim causa uma overdose, uma intoxicação. E o remédio para isso é justamente o que eu tenho tentado evitar: entregar algo de mim a alguém.

Um dos itens que me levaram a essa reflexão:

A música do Tremendão, tantas vezes já tocada, ouvida de bobeira um certo dia, me deu uma aflição, porque eu percebi estar agindo exatamente como a mocinha do enredo e fiquei com medo...


Vale ver o clipe!





Sei que você fez os seus castelos
E sonhou ser salva do dragão
Desilusão , meu bem
Quando acordou estava sem ninguém

Sozinha no silêncio do seu quarto
Procura a espada do seu salvador
Que no sonho se desespera
Jamais vai poder livrar você da fera
Da solidão ...
(...)
Filosofia e poesia
É o que dizia minha vó
Antes mal acompanhado do que só
Você precisa é de um homem
Pra chamar de seu
Mesmo que esse homem seja eu ...
Um homem pra chamar de seu
Mesmo que seja eu ...

domingo, 19 de outubro de 2008


Quando queremos mudar uma situação de vida, intenções precisam ser colocadas em prática com muito esforço. Um proceder que exige que deixemos para trás “coisas” que nos fazem bem, mas que, aparentemente, não nos levam a lugar algum. Concentração, disciplina, força de vontade, fé. O tempo todo desse jeito, com a certeza de que algum sacrifício deverá ser feito em nome dessa transformação e, provavelmente, esse sacrifício será o do desapego. Os dias, as semanas e os meses passam, como se estivéssemos atravessando o mundo em linha reta. Foco. Determinação. Evolução. Desapego. Mas, de repente, ouve-se uma batida; reconhece-se algum símbolo. Nos desviamos daquela reta tão bem traçada e planejada e olhamos para aquele lugar do qual já estamos longe. E voltamos. Só para ver como andam as coisas, só para conferir e confirmar que lá está tudo igual, que nada mudou e que o desapego foi bem sucedido: “consegui deixar essa fase da minha vida para trás”. E, na volta pra casa, o susto da revelação – ou a simples aceitação de algo que já se sabia : por mais que eu me distancie, é lá que meu coração está. É como a casa antiga, na qual cresci e da qual tive que sair, mas que a cada retorno uma emoção intensa se manifesta porque, por mais que meu lugar não seja mais aquele, é ali que reconheço a maior parte do que sou.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


De repente, a gente acha que ta tudo sob controle e, assim como uma brisa traz um cisco pra dentro do olho, algo acontece na vida e coloca um cisco no nosso coração; cisco que basta pra desarrumar tudo o que levamos semanas pra botar em ordem. Aquele chão que lavamos e enceramos de joelho e deixamos brilhando com toda a força dos braços. Como estamos sozinhas, temos o controle e tomamos o cuidado de preservar aquele chão brilhante, aquela casa (vazia) limpa e arrumada. Aí ele vem. Começa com o barulho dos passos na escada. Ficamos atentas. Não. Ele não vai entrar. As chaves balançando na mão anunciam a sua proximidade. Mas, não. Ele NÃO vai entrar. Chave na porta. Porta aberta. Olho no olho; sorriso no rosto; primeiro passo com aquelas botas. Ele anda em nossa direção, passa a mão em nosso rosto, ainda com seu sorriso, e diz “só vim ver se você estava bem”. Vira-se, caminha até a porta, fecha-a, tranca-a e vai embora. E deixa a gente lá. Do mesmo jeito. Mas agora com o chão manchado... se ele pelo menos ficasse... não me importaria tanto. Mas já que ele só veio ver como eu estava, agora precisarei limpar o chão de novo... passar pelo mesmo processo, me ajoelhar, me curvar, esfregar com força, para que a minha casa (vazia) fique, pelo menos, limpa.



Fico olhando praquele rastro sem saber se quero retirá-lo do meu chão, pois é a prova de que ele esteve ali. Aquele rastro é a prova de que ele ainda se lembra...

insônia


simplesmente para parar de sonhar com você

domingo, 12 de outubro de 2008

O Matador



O Matador:

Com apenas um olho aberto ele mira o alvo.

Com o cérebro ele atira.

E acerta.

Bem no coração.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008


Cansada de fazer papel de louca sem querer. A vida exige muita disciplina da gente: não esqueça de anotar o telefone; não deixe de ligar; lembre-se de que sábado tem encontro na casa da Lili e que é pra levar bebida. Mas eu parei de beber... que saco; a galera vai chapar e eu vou ficar lá de cara. É sempre assim.. o povo bebe e eu começo a perder a paciência, fico de mau humor. Parei. Agora só cinema, pizza , museu... mas ai que preguiça ! Só programinha cult... sair pra comer pizza num sábado a noite!? Ahm? Fala sério... mas fazer o que? Ah já sei... vou fumar maconha então...não; maconha não... maconha me dá uns piripaques estranhos; tem gente que fala que é síndrome do pânico. Caralho! To ficando velha mesmo...velha ou neurótica? Anos de bebida, anos de drogas naturais e sintéticas e, de repente, tenho que parar com tudo porque eu não seguro mais a onda... já sei. To naquele momento da vida em que as pessoas decidem se casar e ter um filho. O momento em que cuidar só de mim e curtir a doidado já não é suficiente pra me satisfazer; preciso agora cuidar de alguém; achar um cara pra ser pai do meu filho. Mas onde eu acho esse indivíduo!? Na night!? Kkk- na igreja não; nem a pau ( ai que trocadilho bacana!!!) no clube- arrumar um atleta... ou então aquela clássica de ir fazer supermercado numa quarta a noite- dia oficial dos rapazes solteiros que moram sozinhos irem encher suas despensas. Pára tudo! Você ta pensando em casar!? Que isso!!!! Logo você, sempre tão independente, tão auto-suficiente... não.. casar não... mãe solteira também não... acho que vou fumar um mesmo, pra ver se eu paro de viajar. Credo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

ui!
viajei!
kkkkk
I
I
V

domingo, 5 de outubro de 2008

Caminhos e caminhadas

A caminhada se faz de passos; passos que exigem meu suor, porque a caminhada se faz de um caminho. Caminho que é longo e feito de pedras. Algumas grandes, outras pequenas. Umas praticamente intransponíveis, outras pelas quais caminhamos facilmente. O caminho, por sua vez, só é caminho se existir direção. E a direção quem decide sou eu. Posso ir para onde eu desejar. Posso, inclusive, mudar o meu caminho. E provavelmente farei isto. Mas preciso sempre ter uma direção, seja qual for. E direção só existe se houver uma escolha. E escolha é um ato excludente. De todas as opções possíveis, inclui-se uma, excluem-se todas as outras. Por isso, a essa escolha deve-se entregar toda dedicação e concentração e sem receio de o fazer, porque, a qualquer momento , a opção pode ser mudada e, a partir daí, toma-se outra direção e faz-se um novo caminho Mas ,uma vez tomada, essa opção marcará um rastro que não se apagará de sua caminhada. É por isso que ser fiel a uma escolha é importante - mas só enquanto ela durar.

domingo, 28 de setembro de 2008



Secret Heart

by FEIST

Secret heart
What are you made of
What are you so afraid of
Could it be
Three simple words
Or the fear of being overheard
What's wrong?

Let'em in on your secret heart

Secret Heart
Why so mysterious
Why so sacred
Why so serious
Maybe you're
Just acting tough
Maybe you're just not man enough
What's wrong


Let'em in on your secret heart

This very secret
That you're trying to conceal
Is the very same one
You're dying to reveal
Go tell'em how you feel


Secret heart
Come out and share it
This loneliness, few can bear it
Could it have something to do with
Admitting that you just can't go through it alone


Let'em in on your secret heart

This very secret
That you're trying to conceal
Is the very same one
That you're dying to reveal
Go tell'em how you feel
This very secret heart


Go out and share it
This very secret heart

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fase 4

Que loucura é essa que o corpo provoca na gente? Que instinto louco é esse de sentir o toque? Ultimamente tenho trocado beijos por conversas, mas ainda não tenho certeza de que essa é uma boa troca. Porque juntar a falta de beijos com o excesso de conversas é o mesmo que elevar a loucura ao quadrado, porque o corpo grita. O corpo grita em silêncio e mesmo assim não dá para fazê-lo calar. Tento me fazer auto-suficiente, sempre tive medo de precisar. E quanto mais independente me torno, mais eu percebo que a estabilidade exige mais um. Sem mais um eu posso cair a qualquer momento. Ou pior; posso me elevar a ponto de flutuar numa esfera inalcançável. Ás vezes tenho vontade de ser freira. As vezes tenho vontade de me oferecer na rua. É inútil a busca de um equilíbrio que eu não posso alcançar sozinha...? E de que forma então devo esperar?

Devo esperar???

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


Começo a ouvir novamente as batidas do meu coração. Ele voltou a respirar livremente. Há muito tempo preso numa caixa, reprimido por quatro paredes, ele sentia dor, mas conseguiu ser maior. Conseguiu ultrapassar essas paredes e sobrepor sua pulsação àquelas barreiras que eram impostas pela razão de sua própria dona. Como se ela fosse responsável, realmente dona daquele coração... Mal sabe ela que quem manda ali é ele, e que ela, por mais rebelde que seja, não irá, nunca, poder se erguer a ponto de dominar aquele que bate. Se um dia ele quiser parar de bater, será porque quis. Se um dia ele resolver gritar, enlouquecer, não haverá razão capaz de contê-lo. Então para que insistir? Então para que cercar esse coração que sempre vence, que sempre será o guia nas horas das decisões mais difíceis... preciso tanto de você, coração... porque, nas horas de solidão, é você que quebra o silencio e me revela os segredos que eu não consigo decifrar sozinha. E mesmo que tudo pareça escuro, improvável , impossível, é a sua batida que me faz acreditar que , assim como o mar, a existência das coisas vai além da visão e sempre é preciso coragem. Principalmente coragem para acreditar que, mesmo no silencio e no invisível, as coisas acontecem...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

sinto que estou bem além daquilo que este presente me dá.
Abiertas las inscripciones para la manutencion del equipaje

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

homenagem a um grande amigo (titi)

Meu universo paralelo

Meu time off das dores do cotidiano

Meu travesseiro lugar quente pra chorar

Meu curta-metragem de comédia com pipoca e guaraná

Meu andar descalça na grama num dia quente ao entardecer

Minha falta de vergonha de ser como eu sou de verdade e

Minha quase certeza de que eu sou demaixxx mesmo assim

Minha vontade de ficar à toa ouvindo poesia

Meu (segundo :P ) poeta favorito

Meu amigo de fé, irmão, camarda




A MINHA DOR VAI MORRER É DE FOME.


terça-feira, 16 de setembro de 2008

:: VERSINHOS:: por Antonio Maria, antonio@catalupos.cjb.net

Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De Baudelaire.


( fonte: http://www.hortifruti.org/zines/022.htm)

Fase 1

O despertador já estava no chão. Não dava para alcançar sem sair da cama. “Que saco.” Aproveitou e criou coragem para acordar de vez. Foi ao banheiro. Se viu no espelho e riu.

- Esse cabelo ta feio pra demais!

E foi fazer café rindo. Porque agora ela ria. Ria muito. Começava a rir logo de manhã, todos os dias quando via no espelho aquele cabelo cor de fogo laranja fosforescente que, por estar muito curto, ficava praticamente em pé. E não havia nada nesse mundo de Deus capaz de abaixar aquele cabelo. Então só lhe restava rir. E esse era o problema mais divertido que ela já tinha tido na vida. E passava seu tempo livre tentando encontrar cores de roupas que ela pudesse vestir sem ficar parecendo uma “coisa” ; apesar dos dias em que ela fazia justamente ao contrario, acrescentando um reforço na maquiagem, e indo pra rua totalmente drag. E amava!

- Nada como poder extravasar e mostrar isso na cara, e acabar com esse descompasso entre imagem e estado de espírito!

Fase 2

Ela descobriu também que IT ISN´T ALL ABOUT SEX, e sim sobre tesão. E que a gente pode direcionar esse tesão para outros lugares além dos órgãos sexuais, além do próprio corpo. E, agora, essa era a sua missão: vetar o sexo e descobrir o tesão em outras coisas.

Seu maior prazer era, de tempos em tempos, agir de forma subversiva, ou quebrar o marasmo social, simplesmente agindo de forma inesperada, como no dia em que ela brigou com um cara que queria furar uma fila enorme, promoveu um debate coletivo sobre o acontecido, e o cara, coitado, acabou indo embora e as pessoas todas felizes por terem impedido essa pequena, porém significativa desonestidade.

Enfim, ela descobriu que estar com as mais diferentes pessoas, ampliar suas habilidades de convivência, é bem mais construtivo, bem mais válido do que se moldar ao gosto de um indivíduo, o que só faz nos limitar.

Foi por isso que, quando Marcos ligou para ela, exatamente 45 dias depois de sua partida chocante, ela fez questão de conversar com ele olhando no espelho.

Fase 3

TRRRIIIMMMM....!!!!!


- Alô?
- (Silêncio)
- Alô!
- ( voz rouca) Júnia...
- Oi.
- (Soluços)
- Fala. O que foi?
- Descobri que não consigo viver sem você.
- (Silêncio)
- Você está me ouvindo.
- Tô.
- Eu quero te ver. Você pode me ver? Vamos nos encontrar?
- Vamos.

E ela foi. Colocou uma roupa bem colorida. Viu marcos de longe, com uma cara de dar dó. Com uma rosa na mão. Ela se aproximou, com seu cabelo laranja pra cima ( que ele ainda não conhecia), rindo, leve. E ele lá, com a mesma cara, pesado.

- Essa rosa é pra mim?
- É.
- Obrigada! Arrancou o caule e colocou a flor no cabelo, enquanto ele olhava para ela, em silêncio, desconcertado.
- Você queria me falar alguma coisa importante , Marcos?
- Você está tão diferente...
- É porque você nunca tinha me visto feliz.

Ela estava de pé, ajeitando a flor no cabelo. Viu que ele não tinha mais nada para dizer. Deu-lhe um beijo na testa, disse “tchau” e foi embora, rindo por fora e mais ainda por dentro.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Cabelo

CENÁRIO DE UM SONHO: ELA ESTÁ NUM BURACO NEGRO, SENTADA DE PERNAS CRUZADAS E RODANDO NUMA ESPIRAL QUE CAMINHA PARA DENTRO DO BURACO, QUE A ENGOLE ENQUANTO ELA VAI FALANDO. ELA ESTÁ SOZINHA, NINGUÉM A ESCUTA, A SUA VOZ NAO SE PROPAGA NO VÁCUO. É TUDO PRETO AO SEU REDOR. SÓ ESCURIDÃO; E, DEPOIS DA ÚLTIMA INTERROGAÇÃO, ELA É ENGOLIDA DEFINITIVAMENTE PELO BURACO, E ACORDA, DESCABELADA.

Preciso saber de você. Quero saber se você sente minha falta. Quero saber se você ainda me beijaria. Quero, não. Preciso. E talvez seja, exatamente por eu precisar, que você desaparece assim, sem deixar nenhum rastro, sem nenhuma possibilidade de encontro. E o pior é que você me conhece. E você sabe que eu preciso de você. Só ainda não descobrimos por que... só não sei ainda por que preciso de você... Talvez, a razão do seu sumiço seja essa... Enquanto a minha necessidade grita, eu não consigo pensar. A minha necessidade fala mais alto que eu, ela se sobrepõe a mim como uma mão de carrasco que me prende a correntes pesadas, que não me deixam ser livre para caminhar. Eu só consigo arrastar e sentir em meus pés o peso do mundo, que é o tanto que pesa a sua ausência. Como pode uma falta ser tão pesada, não é mesmo?”

Junia acordou, descabelada como sempre. Mas agora não era bonitinha assim. A graça de acordar descabelada tinha ido embora com Marcos, que também levara o seu livro favorito (que, realmente, era dele). Até o SEU livro favorito era dele... Até suas idéias favoritas eram dele... e com esses pensamentos, a preguiça de pentear os cabelos, e uma vontade de sair na rua assim, descabelada, desarrumada e desesperada , feito uma louca silenciosa , para mostrar pra todo mundo o seu estado de espírito naquele dia, bagunçado como seus cabelos... e a única coisa que ela conseguia pensar era:

É FODA SE ENTREGAR POR COMPLETO PRA ALGUÉM QUE A GENTE SABE QUE UM DIA VAI EMBORA E VAI LEVAR TUDO COM ELE E VAI DEIXAR PRA MIM SÓ A CARCAÇA, COMO SE FOSSE O SUFICIENTE PRA EU CONSEGUIR SOBREVIVER. E O PIOR. SE ELE FOI EMBORA ASSIM, PODE SABER QUE O QUE ELE LEVOU DE MIM, ELE VAI DESPEJAR NA PRIMEIRA LATA DE LIXO QUE ELE ENCONTRAR. POIS, NESSE MUNDO, UMA ALMA NÃO FAZ SENTIDO SEM UM CORPO. A ALMA ELE LEVOU. O CORPO FICOU COMIGO. O QUE QUE EU FAÇO AGORA?



Decidiu ir ao cabeleireiro. Sentou-se na cadeira.

- Corta e pinta de vermelho, por favor.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Brasileiro


Queria um blog 100% autoral, mas permitirei- me a seguinte citação :


"O europeu abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído por ela, só ela e mais ninguém"


O Cortiço, de Aluísio Azevedo


sábado, 30 de agosto de 2008

Finlandês e a cabecinha

(banda finlandesa "TENHI" de folk progressivo )

!!! ??? !!!!!!!!!!!!!!!!



Minha consciência fala mais de uma língua. Eu entendo bem o português e o inglês. El español más o menos . Mas várias são as vezes em que ela fala comigo em francês. É por isso que eu PRECISO aprender francês. Porque eu percebo uma importância quando ela começa a falar comigo em francês. Mais je ne comprends pas...

É por isso também que eu parei de beber. Quando eu bebia ela vinha em línguas nórdicas. Pra cerveja, o alemão: “mit dem Trinken aufhören”, ela dizia... e eu não entendia.... MIT DEM TRINKEN AUFHÖREN!!!! E eu ria... ria...KKKKK!!!! Sem a menor noção do que ela tava dizendo... ! E pra vodka, o finlandês: “lopettaa juominen, LOPETTAA JUOMINEN!!!!” Aí eu até assuntava um pouco mas achava graaaaaaçaaaaaa e depois esquecia tudo... kkkkk kkkkkkkk. Até que um dia, eu estava sóbria, era uma quarta-feira de manhã, e ela começou a falar comigo em finlandês :

HUOLEHTII SINUSTA ENEMMÄN!!!

Fiquei chocada.

Aí, com medo da minha consciência falar finlandês pra sempre, eu parei de beber... agora é só o Frances, mesmo, que eu não entendo...


quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Qui suis je?

E esse mundo tão grande? Com não se perder nesse mundo tão grande? Tem sempre alguém pior que eu; tem sempre alguém melhor que eu... E eu?

Boa ou ruim de fato? Boa, porque não desejo o mal, compreendo e aceito as falhas, acreditando que a perfeição, se for um ideal, serve apenas para frustrar qualquer um que a espera? Ou ruim, por ser egoísta, por não me comover com a dor do próximo, acreditando que cada um tem a sua cruz para carregar, e a qualquer possibilidade de pesar a minha cruz ( que é leve, leve) com algo alheio, corro, como o próprio diabo?

Feliz ou triste? Feliz por ter saúde, trabalho, família e um amor, ou triste por esse amor ser tão longe, tão fora do meu alcance, me matar de ausência e me deixar oca por dentro?

Culpada ou inocente? Inocente por ser tolerante com o próximo, ou culpada por tolerar um próximo que me esgota completamente?

Excepcional ou medíocre? Excepcional por conseguir me virar sozinha, ter uma profissão e não ter patrão? Ou medíocre por saber que estou longe de dar o meu melhor e, ainda por cima, ter uma vontade louca de largar tudo pra trabalhar num brechó em N.Y., só pra ficar vendo as pessoas e os dias passarem ouvindo música, mascando chicletes e, principalmente, sem pensar de mais...
Je ne sais pa....

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cigarro I

Lurdinha , nervosa, quase tremendo, parou na banca e catou suas moedas no fundo da bolsa. Não dava pra comprar os dois. Então ficou em dúvida entre o chocolate e o cigarro.

Sentou no meio fio e, olhando para os carros que passavam na avenida, bem perto de seus pés, ficou se lembrando de seus três últimos namorados.

-Namorados porra nenhuma. Disse, soltando a fumaça com raiva. O único que prestava era o R. Quer dizer... prestava mais ou menos. Era bom. Muito bom. Só me envolvi com ele porque tava numa fase de crise de consciência. precisava agradar minha mãe. Mostrar pra ela que eu era capaz de arrumar um namorado que desse pra apresentar pra família e levar nas festas de natal. E o pior é que ele adorava isso. Ele e minha mãe formavam um time. E o cara ainda mandava bem na cozinha. E tinha um jardim. E me fazia fumar muito, de tédio.

Depois veio o B. Um gato. Lindo de morrer. Educadíssimo. Todas as minhas amigas ficaram horrorizadas quando o conheceram. “Muito gato esse cara”, “que sorriso”, “ai que inveja”, “como você tem sorte”. E isso alimentava a relação. Ele falava errado, escrevia errado. Não sabia o que era fuso-horário e ainda inventava versos de amor depois do sexo. O que me fazia fumar e dormir logo em seguida.

Ai conheceu o Jorjão. Pô. Parece até brincadeira. Jorjão. J-O-R-J-Ã-O. Cara de mau, mão calejada, braço naturalmente musculoso .Cheiro de homem. Não tinha jardim, não sabia cozinhar, não fazia poesia. Só de pensar ficava arrepiada. Foi ele que fez isso comigo. Foi ele que me deixou louca. Falava que me amava. Falava que achava feio uma menina tão linda fumar. Parei. Falava que eu era a menina mais linda que ele conhecia. Ele me chamava de menina. E eu, com quase 30, me sentia a própria menina nos braços daquele que veio e me roubou, me pegou pra ele e fez de mim o que quis. Porque eu deixei, claro... só porque eu deixei... até que um dia ele me disse que tinha acordado pensando em mim, e que era melhor “a gente parar de se ver porque eu já to saindo com outra “menina”. Aí eu deixei ele ir. E passei a fumar um maço por dia. Só de raiva do Jorjão

Cigarro II

Lurdinha tinha descido do ônibus, estava com pressa, atravessou a rua correndo e, ao virar a esquina trombou com Jorjão. Não o via há quase um ano. Ele a puxou pelo braço. Ela arrepiou toda, coração disparado, boca seca de susto- detestava sentir aquilo. Detestava Jorjão.
- Você continua linda, hem...
Coração disparado, boca seca, sangue no rosto
- Ta linda demais... cheirosa... À medida que ele se aproximava para sentir o perfume de seu pescoço, Lurdinha ia perdendo a força nas pernas e se entregava de novo ao abraço de Jorjão que, o-por-tu-nis-ta, lhe deu o seu melhor beijo.

...

- Bom te ver, menina. Te ligo qualquer dia.

E Lurdinha lá, parada no meio da rua, com cara de otária, olhando ele se distanciar sem nem olhar pra trás. Sem nem ter dito o nome dela. Será que ele lembrava do seu nome? Puta que paril.

Lurdinha , nervosa, quase tremendo, parou na banca e catou suas moedas no fundo da bolsa. Não dava pra comprar os dois. Então ficou em dúvida entre o chocolate e o cigarro.

Sentou no meio fio e, sentindo os carros que passavam na avenida, bem perto de seus pés, ficou ali, tentando assimilar o acontecimento.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

respiração

A vida, mesmo com tudo o que o corpo pode suportar, tem como limite o suspiro. Vejo um homem deitado na rua, apenas com um pé descalço, com a meia inteira e apenas um pouco suja. Só pela meia inteira e pouco suja já podemos imaginar coisas sobre ele: não é mendigo. Está deitado, com toda sua fronte colada no chão, mãos na testa, como quem precisa de um apoio para dormir melhor. Como dormir melhor no asfalto quente ? Não é mendigo. Só vemos suas costas, e seu pé sem tênis, com a meia pouco suja. É uma imagem que prende a minha atenção. Quero ver se ele está vivo. Quero ver se ele respira. Quero ver suas costas subirem e descerem, naquele movimento que indica que, apesar de tudo o que o corpo pode suportar, ainda há respiração.

(re)partida

Bella. Com dois eles. BeLLa. Cabelos castanhos, olhos cor de folhas com mel. Pele pêssego, boca morango, sorriso algodão. Uma coisa. Mas dentro daquela cabeça tão saborosa moravam fantasmas. Fantasmas que ela sabia que estavam ali, mas que tentava ignorar. Eram fantasmas inquietos, que insistiam em perturbá-la, dizendo que ela não pertencia ao mundo que ela via e que ela não era feliz e que ela tinha que ir com eles e ninguém te entende e ninguém te vê e você é fantasma também. Mas ela, beLLa, dizia que não. Que havia família, que havia amigos, que havia planos, que havia flores, havia sol. E os fantasmas riam dela. E ela tentava provar pros fantasmas que o mundo que ela via era real, era bom. E ela procurava. Achava o sol, achava as flores, tentava criar planos, tentava fazer amigos, e na família, só o pai. Aquele pai que carregava o mundo nas costas sozinho. E o mundo é muito pesado pra um pai carregar sozinho, não podia fazer isso com ele, tinha que diminuir aquele peso. E cadê os amigos? Não tem. E cadê os planos? Não tem. Só tem o pai. Nem mais sol, nem mais flores, só o pai, a dor de ser pesada e os fantasmas lá, sentados em sua cabeça, esperando por ela e rindo, mostrando que tudo é engano, que tudo é erro nesse mundo de carne, osso, pêssego, morango e algodão.

réquiem

Eles se conheceram na sétima serie da escola. Lá mesmo ele pediu pra casar com ela. Desde então já se passaram 9 anos.


O namorado de F acorda, num quarto de hospital vazio. Ele esta na cama. Não consegue articular um pensamento, chegar a alguma conclusão. Não sabe por que está ali. Fica quieto. Com certeza F. vai aparecer para explicar o que está acontecendo. E, segurando sua mão, ele sabe que pode enfrentar qualquer coisa. Desde que tenha a mão de F. para segurar. Espera. Dorme.

Acorda. Ainda sozinho. Sem nenhuma mão para segurar. Espera mais um pouco. Um médico, sua mãe segurando sua mão, e a notícia de que F. não virá. Não virá porque já não respira mais. Porque não existe mais nesse mundo de carne, osso, pêssego, morango e algodão.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O cubo, a esfera e a pedra

Não quero ser cúbica, cheia de faces que têm lugar pra começar e terminar e, quando viramos, é outra a face que se mostra. Não quero ter lados, não quero me apresentar numa posição que esconde o resto de mim. Metade escondida pela outra metade. Gosto do tudo, gosto do inteiro; gosto da possibilidade de ser esfera, e não ter um lado definido. Bate um vento, posso mudar de lugar, de cor de opinião. Querer e não querer; saber e não acreditar; ir e mudar de caminho; afirmar e questionar, dizer que sim, pensando não, dizer que não perguntando “por que não?” Essa esfera, rolando, é o que justifica a minha inconstância , a minha possibilidade de existir de maneira múltipla, sem compromisso nenhum com o estável, e nunca encontrar um lugar que me abrigue definitivamente.
*********
Não consigo parar de pensar na persongem do filme que, agustiada, dizia ter uma pedra em seu estômago, ou em algum lugar dentro dela, já nao me lembro bem. Quando ela falou isso eu percebi a pedra dentro de mim tambem. Essa pedra tem aparecido pra mim desde então. Já foi motivaçao pra escrita, já foi a pedra que provoca tudo aquilo que é sentimento extra-interior, ou seja aflições em geral (porque a aflição é uma coisa que a gente sente do lado de fora do lado de dentro, ela nao vem do coração... ela vem da pedra) , e agora aparece de novo. Essa coisa de esfera rolando... me faz pensar na rolling stone, e de novo a pedra vem, dessa vez rolando, mas ainda do lado de dentro...
(ps: O filme é "nome próprio". pra ver a pedra: http://nomepropriofilme.blogspot.com/)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Duo


Como tudo o que é relação de duas vias, há 50 por cento de um lado, 50 por cento do outro. Se há desequilíbrio, a relação é desigual e vira exploração ou se estabelece a posse.

Questionamento1: onde se estabelece a verdade? No fato em si ou na crença?

Na crença. A verdade existe pra quem acredita nela, e não no fato em si. Pois o fato ocorrido pode, até mesmo, não existir se não for contado. Uma vez não testemunhado e esquecido – ou guardado-, como considerá-lo? Por outro lado, um conto inventado, se crido, pode se tornar uma verdade tão verdadeira que o acontecimento se torna dispensável para a sua existência.

Questionamento 2: Como saber se o fato relatado é verdade ou não?

Se você acreditar, é verdade. Se não acreditar, não é. Simples assim.

Simples assim?

Cabe tudo dentro?

Como aprender, compreender, apreender a essência do que é infindável, do que é um poço sem fundo, ou um oceano sem o limite do horizonte? O que somos nós no mar de nós mesmos? E como apreender o mar do outro, ou dos outros, que também são aspirais infinitas de tudo que cabe dentro? Como podemos falar em certeza, se cada dia acordamos um e ,de repente, nossas convicções têm cara do que nunca vimos antes? Como saber? Não há como ser linear nessa vida, não há como ser sempre o mesmo todos os dias, porque os dias também são muitos, e são muitos os lugares.... de fora e de dentro...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Quando fugimos do que é nosso, passamos a acreditar em ilusão; a vivê-la como se verdade fosse aquilo que criamos, e não aquilo que é. Então surge uma disfunção orgânica; parece que o coração bate num ritmo que não é o nosso, parece que o ar que respiramos não é feito de oxigênio e sim de um gás outro que limita a nossa inspiração. Surge um peso no ombro. Porque a vida que estamos vivendo não é a nossa. E só é leve a vida que devemos viver; mesmo que seja difícil. A gente só encara com vitalidade a vida que nos pertence. O resto é teatro; é burocracia. É ralear o sangue e mudar de cor. É não entender o sentido das coisas.

domingo, 10 de agosto de 2008

Nostalgia

Tenho conhecido muitos caras por aí que andam muito românticos, sensíveis, idealistas.. todos boêmios, chorando no bar. Assim, vai todo muito morrer de spleen... e as virgens inalcançáveis vão continuar lá, inalcançáveis... e virgens....

Sou da old school!Cresci acostumada com caras que só chutavam a bunda de uma mina depois de darem, no mínimo, uma pegadinha nela. Aí vc vem com esse papo mole pra cima de mim, como se eu fosse alguém que precisasse desse tipo de cuidado...caralho...!

Que medo é esse de fazer de mim "só" mais um gozo? Será que um de nós - ou nós dois- realmente não daria conta de fazer um do outro "só" mais um prazer? Porque um prazer nunca é SÓ um prazer... e , no fim das contas, você me fudeu do mesmo jeito... antes tivesse me dado pelo menos mais um gozo...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

VHHHHHHHHHHHHHHHHHH (onomatopéia de um suspiro profundo)

Um pouco de subversão para cortar esse clima de emoções baratas....

Um trechinho: " Yes, there were times I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall
And did it my way"

(Sim, houve horas,eu sei que vc sabe,
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito)




Abismo (me)

Meus dedos agora ficam suspensos no ar com seu esmalte descascado, pois já não há encontro, não há boca, não há mais nada. Uma brisa bate fazendo -os esfriar e a correnteza quente de sangue não pode mais correr - mas corre.



***


Escondo meus sentimentos na multidão - multiplicidade de indivíduos múltiplos, porque ninguém é só um - pra ver se é possível estancar, como represa, o rio que vai em minhas veias. Na multidão, descubro que é vital que o rio continue correndo. Descubro também que esse fluxo só será saudável se seu curso for desviado. Então, nada de represa; apenas o desvio do meu rio, para fazer florescer outras margens...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cru


Arranco com alicate pedaços de meus dedos e pinto minhas unhas de vermelho para ver você. Pego seu rosto com meus dedos de unhas vermelhas e mordo a carne da sua boca para poder sentir seu gosto.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Fluxo





Meu pequeno coração, de repente, quente, começa a bater de um jeito que não me deixa mais pensar. Quando isso aconteceu? Por que? Como??? Viro rio, e vou ; na corrente do sangue que ferve em meu peito e sobe aos olhos e leva os pensamentos como se fossem resíduos de uma vida velha, que não deve mais estar ali. E nesse susto quente de sangue, nasce uma coisa que chamam de paixão e que, quando deixa de ser susto, nomeiam amor... Mas eu prefiro não chamar de nada, pois dar nome às vezes é limitar; e eu não quero dar conta disso; quero que esse susto me deixe inábil; quero mais e que esse rio me leve...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Don´t belive the hype

Receita de um grande parceiro para uma ótima noite de sono: depois da qüinquagésima cerveja, um docinho ...














LSD é o acrônimo de Lysergsäurediethylamid, palavra alemã para a dietilamina do ácido lisérgico, que é uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas. Uma dose de apenas 100 microgramas causa um brutal aumento nos sentidos, afetando também os sentimentos e a memória por um período que pode variar de seis a quatorze horas.





... e um ligadão...





Estimulante composto por extrato de guaraná, jurubeba, catuaba, marapuama e mel. Elimina o Stress, o cansaço físico e mental, revigorando e estimulando seu desempenho físico e sexual. Tomar meia hora antes do "desempenho".



Deite no puff mais próximo à caixa de som, e durma, ao som de sintetizadores e tecladinhos nem wave, esperando ser acordado pelo último que sair do local; a sinceridade desse momento se manifesta no comentário que o que dormia faz, ao ser acordado:

“Pô, já acabou a festa? Tava boa, né? Pra onde a gente vai agora?”




sábado, 19 de julho de 2008

***Desejos***




Ele quer parar de comer carne.
Ela quer dar um tempo no chocolate.
Mas a felicidade não está nas coisas; está em nós mesmos, ela diz. E ele concorda.

Fitas de Fatos

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