domingo, 29 de novembro de 2009

Valores



"Uma terra vale pelo que produz, mas pode valer mais ainda pelo que esconde"
Personagem de Narradores de Javé
O mesmo vale para as pessoas.

domingo, 1 de novembro de 2009

Sobre o medo

De onde vem a Força dos que levantam bandeira e vão abrindo caminhos para os que vêm atrás passar? Daí nos perdemos nessa expedição; ouvi em algum lugar, ou essa idéia e minha e já não me lembro mais, que, quanto mais velhos, mais covardes ficamos. Por quê? Não deveria ser o contrário? Não deveríamos, com o tempo, aprender a guardar o medo na nossa barriga, não deixá-lo passar da garganta bloqueando, assim, a nossa respiração? Afinal, uma consciência, daquelas que se aproveitam da experiência para apreender lições, deveria saber o que fazer com o medo, já que ele aparece mais de uma vez na vida. Ou será que a consciência serve é pra isso mesmo? Pra cortar os nossos ímpetos e nos deixar arredios diante a vida? Um animal selvagem tem medo? Um leão tem medo? Tenho a impressão de que os cachorros e os animais adestrados têm medo.

Eu odeio a palavra “medo”. Odeio poucas coisas na vida. Uma delas é a palavra “medo”. Mais a palavra que o sentimento. A palavra é usada muitas vezes como desculpa para não sairmos do lugar. E aí é que está –creio eu- a grande diferença entre o corajoso e o covarde. Enquanto o covarde se retrai pelo medo, o corajoso usa o medo para alimentar a sua coragem e, assim, ou POR CAUSA DISSO, consegue ultrapassar os obstáculos que a vida apresenta.

Outro dia, na TV, eu assisti uma série em que uma médica se apaixonava por um paciente que estava internado, à espera de um transplante de coração, num “morre-não morre”. Ele também se apaixona por ela, daí ela levanta a questão da ética profissional e aquele bla bla bla do sistema. Uma cena super delicada, os dois super emocionados pela impossibilidade aparente daquele encontro . E ele diz que ali, naquela cama, pensando sobre a vida, os momentos de que ele se lembrava , e que realmente tinham sido os melhores de sua vida, eram aqueles em que ele fez justamente o que “não deveria” ter feito. E quem dita essa regra? Do que deve ser feito, ou do que não deve ser feito? QUEM DISSE QUE NÃO SE PODE????? QUEM??? A não ser que haja uma justificativa plausível, tudo pode ser feito. A GENTE PODE FAZER TUDO.

Bem. Pra terminar, procura no you tube um vídeo o Steve Jobs em stanford. ( é logo o primeiro se vc digitar “Steve Jobs”) Eu recomendo a versão legendada pra não correr o risco de vc perder uma palavra do que ele ta dizendo. E preste atenção, ok?

domingo, 4 de outubro de 2009

SKA!

Enquanto isso, na sala de justiça...

sábado, 1 de agosto de 2009

RIMA

Será que eu consigo fazer uma rima?

Ontem , imersa em meu planeta interior
sem saber se saía ou se enfiava minha cabeça na terra
tampando os ouvidos e fechando os olhos
seu telefonema me alerta, me colocando em torpor.
sem saber porque, sem me dizer pra que era
me convoca pra um lugar desconhecido – vc sabe que eu detesto o desconhecido- e me provoca , ameaçando o horror.
mas a verdade, aquela que só se descobre na hora,
foi uma surpresa, dessas que mudar toda a rota.
E, de uma hora pra outra, chorei, revi fantasmas, escrevi resenhas
E fiz análise. E voltei pra casa sem precisar de nada. Com descobertas no bolso. Com respostas que eu ainda não sei como usar. Mas que, ao seu tempo, se mostram úteis, para que a minha vida- tardiamente adulta, tenha o sentido que as vidas têm que ter. Amadurecimento? Não sei. O tempo passa, e a gente continua se perguntando sobre o sentido da vida. Talvez não haja nenhum. Talvez, a brincadeira seja exatamente essa: encontrar respostas para perguntas erradas. Enquanto deus- se há um- ri da nossa cara. ( eu acredito em deus, e acho que ele faz isso mesmo: ri da nossa cara, da nossa inocência). Pois os mistérios ainda são muitos, desde o início da humanidade. Já pensou em parar de se perguntar? Já pensou em se desprender da culpa? Da sensação de que sempre é preciso dar satisfações a alguém, de que sempre é preciso saber o porquê do agir... Já parou pra pensar que cada um é um planeta. Que cada planeta tem seu regimento, e, que o estranho, na verdade, é o tal comportamento padrão? A obediência é estranha. A obediência anula individualidades. Trabalhar sozinho. Pensar sozinho. Negar religiões. Negar práticas coletivas. Negar discursos catequizadores. Ler livros. Literatura. O imaginado. O criativo, o fantástico.o absurdo O ilógico nessa ordem, que foi estabelecida por quem? Pra quem? Quando? Cultura milenar? Coisa nenhuma. O meu tempo é aqui, agora, se muito, dura um século. Eu não tenho que carregar restos. Não vou obedecer. Eu vou fazer o que eu quero. Quando eu estiver certa do que isso é. Mas até eu descobrir, eu quero mais sair errando por aí, pois o acerto prévio não passa de obediência. E obediência tá por fora.

p.s. não. Eu não consigo fazer uma rima. rá


Surpresa

Um amigo disse que tenho muito da infância em mim. Eu nunca acredito que as questões transparecem para os outros. Mas isso acontece. Daí, quando menos se espera, vem um observador e relata tudo aquilo que a gente acha que ta escondido lá no fundo dos nossos compartimentos. Os poros exalam todas as nossas verdades para quem quiser lê-las. Os olhos transmitem toda a nossa essência para quem consegue interpretá-los. Mas o engraçado é que, ás vezes, a gente precisa justamente é de alguém pra apontar o dedo na nossa cara e falar. Ou pegar esse mesmo dedo e cutucar todas as nossas feridas pra gente sentir que elas ainda estão lá. O Alex fez isso comigo ontem. De uma forma despretensiosa, enquanto eu falava sobre um desentendimento com o meu pai, eu falei que eu precisava matar o meu pai (simbolicamente). Eu estou num momento de definir novos paradigmas, de resolver todas as pendências da minha vida. E o meu pai provocou uma situação a partir da qual eu senti a necessidade de colocar a nossa relação em xeque. Daí o Alex me manda uma dessa: você tem muito da infância em você. E aí eu saquei tudo. Eu entendi todas as terapias que eu já fiz na vida nessa frase do Alex. Agora, com 29 anos, faz sentido pensar nessa história, porque agora chegou o momento de definir, posicionar e, finalmente, crescer pra valer. Ir pra vida adulta pra valer, sem essa âncora que me prende à infância. Obrigada, Alex. Você me deu a chave. Agora tenho só que descobrir como abrir essa porta. Ou fechar. Depende do ponto de vista.

domingo, 26 de julho de 2009

POR QUE NÃO TENHO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO:

sábado, 4 de julho de 2009

Mais de um mês que não ponho nada aqui. As férias prometem novidades. Enquanto isso, um videozinho bem apetitoso!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Hoje

confie em alguém HOJE

dê um abraço em alguém HOJE

acredite em algo impossível HOJE

acredite em você HOJE

faça algo surpreendente HOJE

olhe nos olhos de alguém que passar por vc na rua HOJE

escolha uma música especial para ouvir HOJE

deixe o orgulho de lado HOJE

assuma algo de que você tem vergonha HOJE

quinta-feira, 16 de abril de 2009

título pra quê?

porque tem dias que a gente so consegue pensar em dizer pra vida: espera um pouco, por favor. mas ao mesmo tempo , vem a pergunta: esperar pra quê? esperar por quê? vamo que vamo, porque o tempo- a pior invenção do homem - passa por cima da gente e se a gente para pra vê-lo passar dá uma deprezinha. entao não. nada de esperar. nada de ficar com medo de desgastar esse corpo por causa das tarefas que são colocadas na minha frente e que sao em sua maioria desafios. foda-se que a minha juventude é uma só. a sabedoria não é. e se ver o meu brilho ir embora é o preço que devo pagar para me sentir competente, realizada e sábia, acho que é um preço justo. afinal, como dizem por aí, deus nao dá asas a cobra. mas longe de mim precisar me arrastar pra carregar no futuro um corpo que nao se sustenta pelo que tem dentro. que o meu corpo fique no chão, mas que os meus pensamentos e minhas palavras sirvam para me fazer voar, e que eu possa levar quem eu quiser comigo.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Urbana


Andando pelas ruas do bairro, às 8 da manhã, num calor já infernal, sentindo a umidade no ar, junto com o cheiro- que é mais forte nas segundas-feiras, porque o lixo do fim de semana se acumula nas ruas, esperando o caminhão passar - e pensando o que apenas uma verdadeira urbana pensaria numa hora dessas: como é bom morar numa capital. Os sacos encostados no canto, as empregadas passeando com os cachorros e com os meninos. As faixineiras na porta dos prédios fofocando. A oficina ainda fechada, ao contrário do trânsito na avenida debaixo, já congestionado. O caminhão de lixo passa, no mesmo momento em que o ônibus buzina para um taxista que o impede de estacionar no ponto. Lembro-me que às 11 horas é o almoço dos pedereiros que às 6 já me acordavam com a cantoria habitual do início do turno- hoje, a vida é bem mais rápida que os automòveis, caro Drummond- e eu adoro isso.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Flores


Então aparece este homem delicado, que vem trazendo flores, e as distribui a qualquer pessoa que aparece. O que ele quer passar é uma mensagem de paz. Simplesmente. Mais nada. Mas a gente sabe que uma mensagem, para ser bem compreendida, deve ser explicada ao máximo, senao damos ao outro o poder da conclusão. E essa conclusão pode não corresponder à intenção do mensageiro. E aí? É aí que as relações começam a se definir, a partir daquilo em que a gente ACREDITA que o outro pode nos oferecer.


Um homem desconhecido te entrega uma flor. E não diz nada. Apenas sorri. Nós, armados, já franzimos a testa como se houvesse ali, naquelas pétalas, um quilo de ofensas escondidas. Porque ninguém hoje em dia oferece flores, oh meu deus! Seria ele um maníaco? Ele quer me seduzir com uma mísera flor? Ah não! Essa não! um homem me oferecendo flor? Qualé rapá! Tá achando que eu sou frutinha? Diz o homem atrasado para o trabalho. Vai mandar flor pra sua mãe! E o machão vai embora pisando firme e dando porrada por aí, provando ao público que o assiste (?) que ele é macho, muito macho! Já o homossexual guarda aquela flor num livro de historias eróticas para se lembrar sempre daquele homem que lhe deu uma flor. Ou melhor; para se lembrar que um dia, sem mais nem menos, um homem lhe ofereceu uma flor. a mãe da criança briga com ela, porque aceitou algo de um estranho - já te disse para não conversar com estranhos! É dá um tapa na mão da menina, que , assustada, começa a chorar. Mas, com coragem, o homem entrega uma flor ao garotinho que vem logo ali. O pai do garoto olha para o homem com um olhar fulminante, como quem diz quem é você para oferecer flor pro meu filho!? Quer que ele vire viado?



Devia o homem desistir das crianças?



Ele entrega aflor a uma senhorinha que vinha carregando sua bolosinha de crochê em baixo do braço, caminhando lentamente pela rua, como se o tempo estivesse a seu favor. Ela pára, olha para a flor, olha para o rosto do homem que sorri, e lhe agradece. Que bonita flor! Há quanto tempo nao recebo uma flor! Bate-lhe no rosto de leve, como as avós fazem, quando recompensam seus descendentes por uma boa ação, e vai embora, feliz, por saber que ainda existem pessoas que realizam delicadezas sem que isso seja uma troca. Logo adiante, ele vê um senhor, de mãos dadas com seu netinho. E entrega uma flor para cada um. O avô diz "mas que linda flor!" e o neto concorda "muito bonita essa flor vermelha, vovô!" e param para observar o homem que entregava flores. E ali, sentados, apenas observando, aprendem que há pessoas que ainda conseguem gostar de pessoas. Há pessoas que gostam de fazer lembrar que os pequenos gestos podem ser os maiores. O avô e o neto também puderam ver que há pessoas que recusam as flores -elas nao entendem que metade da vida é a forma como a enxergamos, e que saber receber, às vezes, pode ser a maior recompensa que se pode dar.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ideal






Às vezes crio uns ideais. O Elvis, pra mim, é um ideal de galã. Taí um cara que sempre me seduziu. Eu ia fazer uma galeria com uns caras que me seduzem, mas eu sou tao afim dele, que vou me dedicar exclusivamente. Agradeço a compreensão...





segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Concentração




Seu corpo inteiro deve participar do ato e deve estar em sintonia com o espírito. A concentração exige uma unidade visual e auditiva. Deve-se criar um ambiente tranquilo – seu tempo não deve estar limitado por problemas externos. Constrói, como se todas as coisas não existissem em sua volta. Há um vazio onde o corpo é o centro; quanto maior a concentração, mais se aproxima do centro. Descobre então um mundo rico, torna seu próprio mestre. Perde seu peso, sua mão torna-se alada e sua expressão, mais profunda e autêntica. Sua energia atinge o auge e é transferida para o outro.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre a alma pode-se dizer que ela é como um mar que, quando visto de longe, tem a aparência de um todo consitente e sólido, que nos dá a impressão de ser um chão de terra molhada: um pouco mole em sua superfície, porém maciço. A alma também é assim à distância. Volúvel na superfície, sólida na sua constituição. E é aí que moram as aparencias: naquilo com que a alma se parece. Porque , tambem como o mar, quando se chega perto, descobre-se que, na verdade, aquilo que parecia solido á distancia, na verdade é líquido e, portanto, não há mais como pensar em algo estático, estável e seguro.

*

De onde vêm nossos desejos, nossos sonhos, nossos medos e aflições? De onde vem o que é íntimo, o que é segredo o que é obscuro no nosso ser? De onde vem as fantasias, as ideias mais sábias e os questionamentos mais profundos? A alma habita o fogo da nossa vida, a chama que nos aquece e que nos movimenta. E a alma tambem nos dá direções. Às vezes, essas direções são muito improváveis, aparentemente impossíveis, então nem sempre as entendemos . Nem sempre acreditamos no caminho apontado pela alma. E, muitas vezes, deixamos de segui-lo.

*

Sobre os verdadeiros amores:
O tempo poderá transformá-los. Mas o gostar é algo permanente, apesar de possiveis oscilações. Tudo que é perfeito é chato. É previsível. O legal são os defeitos, o legal são as falhas. É isso que torna o outro autêntico. Não o que ele é , e sim como ele é. True love waits. Não importa. O amor verdadeiro espera. O amor verdadeiro é paciente, tolerante, incondicional. Supera o tempo, a distância, os defeitos, as expectativas. E não tem a ver com sexo, nem com beijos quentes. Nem com presentes caros e dinheiro pra gastar. Tem a ver com beijo no rosto e abraço apertado. Tem a ver com flores e cartas. Com lembrança e com dedicação. Amor.

*

e o ano começa ...