sábado, 22 de novembro de 2008

Conto G.


Estória de G, meninão que dormia na casa da avó, e sonhava com a mina que NÃO comera na noite passada. Como a gata tinha deixado o menino “na mão”, ele foi dormir com a sua fome não saciada. E sonhava com ela. Linda. Morena. Pernas e seios torneados. Sorriso aberto e sedutor. Blusa semi-aberta. Mão acariciando seu corpo. Beijo quente e molhado. O olhar felino provocador o chamava para o sexo. E ele, sempre bem disposto para dominar aquela fera selvagem. Puxa-a para si, com a força de macho dominador. Ela finge resistir, mas, sorrindo, termina de abrir sua blusa e, rapidamente, se deixa entregar, só de calcinha. Preta. Pequenininha. Que ele arranca com a boca. Sua avó entra no quarto, e G. sonhando, só com um fino lençol cobrindo seu corpo, não tem controle sobre a volúpia se seu membro teso e ereto. E devora seu corpo até chegar em sua boca e se encaixar nas ancas daquela fêmea “caliente e seLbagem”, sobre a qual cavalga. E ela geme de prazer. E ele, comendo-a intensamente. O gozo por vir. Sua avó, horrorizada com a cena, lança-lhe um tapa na cara. O que deixa-o ainda mais excitado, a ponto de gritar, pedindo enlouquecidamente: BATE, GOSTOSA! BATE COM FORÇA! E se agarra, ainda com mais vontade, áquele corpo que, não se sabe como, está agora flácido e sem carne. Abre os olhos para ver melhor - e vê: sua avó, deitada sobre seu pau duro, com aquela cara brava de vó xingando o neto. E ela sente, imediatamente, a broxada do neto, ofendidíssima com aquilo tudo, mas, no fundo, feliz com aquela que foi, provavelmente, a primeira e última vez em que um homem a chamou de gostosa com tanto fervor e, ainda, lhe permitiu experimentar o prazer de seu membro encostar em suas partes íntimas que, por baixo do vestido de florzinhas miúdas, guardavam-se também sem calcinha...

sábado, 15 de novembro de 2008

Gotas




Solidão do mundo moderno
Eu e as folhas do meu caderno
E as letras
Que se perdem se encontram se misturam
E formam um mundo povoado
Por sentidos construídos, friamente calculados
Para tapar buracos criados pelos requisitos
Da tão clamada modernidade


Onde estão meus amigos?


***



Nota "antiga":


Apaixonada de novo.
Pela mesma pessoa de novo.
Mas juro que dessa vez vou me reprimir.
Comprimir até minimizar ao máximo - e sumir - de novo.



***


A distância é um tormento.
Momento de desejo constante que não se realiza e-
Como você sabe-
Não se realizará.

E a única coisa que eu consigo pensar é na seguinte pergunta:



O que fazer para acabar com essa saudade?


***


Eu me recolho como folhas secas num monte. Ficam ali pra sempre. Quietas. Recolhidas.


Desde que não vente.

Desabafo urgente


Não quero saber do que não dura pra sempre; do que é fugaz e etéreo. Não me interessa o brilho que não é meu ,que não é pra mim . quero o certo, quero o fiel. No mais, é tudo brincadeira. É tudo sem consideração ao que eu guardo aqui dentro do peito. Será que ele sabe que ele me machuca aqui dentro? Cuidar de mim não é cuidar do que está de fora, é preservar a integridade do meu interior. E será que ele pensa nisso? E será que eu posso pedir pra ele pensar nisso enquanto vive sua vida? Considerá-lo e considerar a mim também. Que vontade me dá de chorar quando vejo uma outra menina olhando pra ele. que vontade que me dá de chorar e desistir do mundo quando vcjo ele sorrindo para outra menina. Mas ele está la´; 10 mil kilometros de distancia não me separam dele. Mas talvez semparem ele de mim. E eu fico aqui com ele. e ele lá, sem mim. Eu o vejo; ele não me vê. Eu quero gritar, eu quero brigar. Mas ele não me vê . não me escuta. Me sente? Engulo tudo isso a seco.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Linda

*

Ela era linda. Maravilhosa. Não importava o que pensava; não importava o que fazia. Muito menos importava o que dizia. Quando ela abria a boca sua voz desaparecia e somente sua boca era vista. Boca vermelha, naturalmente vermelha e fofa. Daquelas que sempre dão vontade de dar uma mordidinha. Realmente era impossível prestar atenção no que ela trazia, porque o seu corpo, a sua imagem, ocupava o lugar de todo o resto que ela podia oferecer. E todo o resto simplesmente não interessava mais. Apenas a sua imagem bastava.

Todos diziam que ela poderia ser modelo. E ela sempre soube que, de fato, sua beleza tinha serventia. Mas ela queria usá-la apenas para si. Não queria usar o seu poder em troca de dinheiro, para o bem de terceiros. Porque, ao mesmo tempo, ela sabia que beleza não era nenhum valor de caráter. Ela nasceu com aquela cara, ela cuidava daquele corpo. E era tudo externo e sem querer. Não havia esforço. Portanto, não havia mérito.

Mas e os homens? Os homens a colocavam num pedestal. Ela ficava alta. Sempre inalcançável. Sempre acima do plano de todos. Sempre mais. Parecia que sempre se curvava a eles. E todos sempre demonstrando devoção àquela beleza altiva e sempre se distanciando dela por acreditarem que ela era, realmente, boa demais.

Mas e ela? Ela tinha o poder da sedução. Era um sorriso, uma piscadinha, e ela conquistava o mundo. Mas ela se sentia só. Porque ela queria SER conquistada. Ela queria um homem que tivesse a coragem de chegar até ela e acreditar que ali, dentro daquele corpo, havia algo bem melhor e mais valioso do que aquilo que podia ser visto. Mas isso não acontecia. Pois os homens têm medo de perder o controle... e todos se descontrolavam perto dela...

Um dia ela foi ao açougue. Distraiu-se vendo o açougueiro com aquela faca na mão destroçando as partes do boi. Que força. Que corte certeiro. Era preciso fazer um ângulo maior com o braço para que a força fosse suficiente. Afinal, era um boi; eram ossos, eram carnes, eram músculos... e era preciso tudo isso para poder cortá-lo em pedaços... e foi interrompida por ele que, num tom descontraído, porém malicioso, perguntou:

-Precisa de alguma coisa, princesa? Algum pedaço desse boi?

A pergunta foi seguida por um sorriso e por mais um corte exemplar de quase todas as habilidades daquele açougueiro.

Ela ficou lá, parada, como se aquela cena tivesse consumido todo o seu raciocínio. Sua boca um pouco aberta. Seus olhos brilhantes. E seu corpo quente com há muito não ficava.

Ele a olhou de novo. Ela continuava olhando para ele. Agora nos olhos. E ele entendeu tudo.

-Quer que manda entregar, rainha?


E foi assim; ela deixou seu endereço no açougue. E ele sempre vai lá, suado, sujo de sangue, entregar para ela o pedaço de carne que ela tanto desejou. E ele nem quer saber se ela é isso ou aquilo. Ele chega perto dela. Ele pega nela. Sem medo. Afinal, ele esquarteja bois...