domingo, 28 de setembro de 2008



Secret Heart

by FEIST

Secret heart
What are you made of
What are you so afraid of
Could it be
Three simple words
Or the fear of being overheard
What's wrong?

Let'em in on your secret heart

Secret Heart
Why so mysterious
Why so sacred
Why so serious
Maybe you're
Just acting tough
Maybe you're just not man enough
What's wrong


Let'em in on your secret heart

This very secret
That you're trying to conceal
Is the very same one
You're dying to reveal
Go tell'em how you feel


Secret heart
Come out and share it
This loneliness, few can bear it
Could it have something to do with
Admitting that you just can't go through it alone


Let'em in on your secret heart

This very secret
That you're trying to conceal
Is the very same one
That you're dying to reveal
Go tell'em how you feel
This very secret heart


Go out and share it
This very secret heart

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fase 4

Que loucura é essa que o corpo provoca na gente? Que instinto louco é esse de sentir o toque? Ultimamente tenho trocado beijos por conversas, mas ainda não tenho certeza de que essa é uma boa troca. Porque juntar a falta de beijos com o excesso de conversas é o mesmo que elevar a loucura ao quadrado, porque o corpo grita. O corpo grita em silêncio e mesmo assim não dá para fazê-lo calar. Tento me fazer auto-suficiente, sempre tive medo de precisar. E quanto mais independente me torno, mais eu percebo que a estabilidade exige mais um. Sem mais um eu posso cair a qualquer momento. Ou pior; posso me elevar a ponto de flutuar numa esfera inalcançável. Ás vezes tenho vontade de ser freira. As vezes tenho vontade de me oferecer na rua. É inútil a busca de um equilíbrio que eu não posso alcançar sozinha...? E de que forma então devo esperar?

Devo esperar???

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


Começo a ouvir novamente as batidas do meu coração. Ele voltou a respirar livremente. Há muito tempo preso numa caixa, reprimido por quatro paredes, ele sentia dor, mas conseguiu ser maior. Conseguiu ultrapassar essas paredes e sobrepor sua pulsação àquelas barreiras que eram impostas pela razão de sua própria dona. Como se ela fosse responsável, realmente dona daquele coração... Mal sabe ela que quem manda ali é ele, e que ela, por mais rebelde que seja, não irá, nunca, poder se erguer a ponto de dominar aquele que bate. Se um dia ele quiser parar de bater, será porque quis. Se um dia ele resolver gritar, enlouquecer, não haverá razão capaz de contê-lo. Então para que insistir? Então para que cercar esse coração que sempre vence, que sempre será o guia nas horas das decisões mais difíceis... preciso tanto de você, coração... porque, nas horas de solidão, é você que quebra o silencio e me revela os segredos que eu não consigo decifrar sozinha. E mesmo que tudo pareça escuro, improvável , impossível, é a sua batida que me faz acreditar que , assim como o mar, a existência das coisas vai além da visão e sempre é preciso coragem. Principalmente coragem para acreditar que, mesmo no silencio e no invisível, as coisas acontecem...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

sinto que estou bem além daquilo que este presente me dá.
Abiertas las inscripciones para la manutencion del equipaje

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

homenagem a um grande amigo (titi)

Meu universo paralelo

Meu time off das dores do cotidiano

Meu travesseiro lugar quente pra chorar

Meu curta-metragem de comédia com pipoca e guaraná

Meu andar descalça na grama num dia quente ao entardecer

Minha falta de vergonha de ser como eu sou de verdade e

Minha quase certeza de que eu sou demaixxx mesmo assim

Minha vontade de ficar à toa ouvindo poesia

Meu (segundo :P ) poeta favorito

Meu amigo de fé, irmão, camarda




A MINHA DOR VAI MORRER É DE FOME.


terça-feira, 16 de setembro de 2008

:: VERSINHOS:: por Antonio Maria, antonio@catalupos.cjb.net

Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De Baudelaire.


( fonte: http://www.hortifruti.org/zines/022.htm)

Fase 1

O despertador já estava no chão. Não dava para alcançar sem sair da cama. “Que saco.” Aproveitou e criou coragem para acordar de vez. Foi ao banheiro. Se viu no espelho e riu.

- Esse cabelo ta feio pra demais!

E foi fazer café rindo. Porque agora ela ria. Ria muito. Começava a rir logo de manhã, todos os dias quando via no espelho aquele cabelo cor de fogo laranja fosforescente que, por estar muito curto, ficava praticamente em pé. E não havia nada nesse mundo de Deus capaz de abaixar aquele cabelo. Então só lhe restava rir. E esse era o problema mais divertido que ela já tinha tido na vida. E passava seu tempo livre tentando encontrar cores de roupas que ela pudesse vestir sem ficar parecendo uma “coisa” ; apesar dos dias em que ela fazia justamente ao contrario, acrescentando um reforço na maquiagem, e indo pra rua totalmente drag. E amava!

- Nada como poder extravasar e mostrar isso na cara, e acabar com esse descompasso entre imagem e estado de espírito!

Fase 2

Ela descobriu também que IT ISN´T ALL ABOUT SEX, e sim sobre tesão. E que a gente pode direcionar esse tesão para outros lugares além dos órgãos sexuais, além do próprio corpo. E, agora, essa era a sua missão: vetar o sexo e descobrir o tesão em outras coisas.

Seu maior prazer era, de tempos em tempos, agir de forma subversiva, ou quebrar o marasmo social, simplesmente agindo de forma inesperada, como no dia em que ela brigou com um cara que queria furar uma fila enorme, promoveu um debate coletivo sobre o acontecido, e o cara, coitado, acabou indo embora e as pessoas todas felizes por terem impedido essa pequena, porém significativa desonestidade.

Enfim, ela descobriu que estar com as mais diferentes pessoas, ampliar suas habilidades de convivência, é bem mais construtivo, bem mais válido do que se moldar ao gosto de um indivíduo, o que só faz nos limitar.

Foi por isso que, quando Marcos ligou para ela, exatamente 45 dias depois de sua partida chocante, ela fez questão de conversar com ele olhando no espelho.

Fase 3

TRRRIIIMMMM....!!!!!


- Alô?
- (Silêncio)
- Alô!
- ( voz rouca) Júnia...
- Oi.
- (Soluços)
- Fala. O que foi?
- Descobri que não consigo viver sem você.
- (Silêncio)
- Você está me ouvindo.
- Tô.
- Eu quero te ver. Você pode me ver? Vamos nos encontrar?
- Vamos.

E ela foi. Colocou uma roupa bem colorida. Viu marcos de longe, com uma cara de dar dó. Com uma rosa na mão. Ela se aproximou, com seu cabelo laranja pra cima ( que ele ainda não conhecia), rindo, leve. E ele lá, com a mesma cara, pesado.

- Essa rosa é pra mim?
- É.
- Obrigada! Arrancou o caule e colocou a flor no cabelo, enquanto ele olhava para ela, em silêncio, desconcertado.
- Você queria me falar alguma coisa importante , Marcos?
- Você está tão diferente...
- É porque você nunca tinha me visto feliz.

Ela estava de pé, ajeitando a flor no cabelo. Viu que ele não tinha mais nada para dizer. Deu-lhe um beijo na testa, disse “tchau” e foi embora, rindo por fora e mais ainda por dentro.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Cabelo

CENÁRIO DE UM SONHO: ELA ESTÁ NUM BURACO NEGRO, SENTADA DE PERNAS CRUZADAS E RODANDO NUMA ESPIRAL QUE CAMINHA PARA DENTRO DO BURACO, QUE A ENGOLE ENQUANTO ELA VAI FALANDO. ELA ESTÁ SOZINHA, NINGUÉM A ESCUTA, A SUA VOZ NAO SE PROPAGA NO VÁCUO. É TUDO PRETO AO SEU REDOR. SÓ ESCURIDÃO; E, DEPOIS DA ÚLTIMA INTERROGAÇÃO, ELA É ENGOLIDA DEFINITIVAMENTE PELO BURACO, E ACORDA, DESCABELADA.

Preciso saber de você. Quero saber se você sente minha falta. Quero saber se você ainda me beijaria. Quero, não. Preciso. E talvez seja, exatamente por eu precisar, que você desaparece assim, sem deixar nenhum rastro, sem nenhuma possibilidade de encontro. E o pior é que você me conhece. E você sabe que eu preciso de você. Só ainda não descobrimos por que... só não sei ainda por que preciso de você... Talvez, a razão do seu sumiço seja essa... Enquanto a minha necessidade grita, eu não consigo pensar. A minha necessidade fala mais alto que eu, ela se sobrepõe a mim como uma mão de carrasco que me prende a correntes pesadas, que não me deixam ser livre para caminhar. Eu só consigo arrastar e sentir em meus pés o peso do mundo, que é o tanto que pesa a sua ausência. Como pode uma falta ser tão pesada, não é mesmo?”

Junia acordou, descabelada como sempre. Mas agora não era bonitinha assim. A graça de acordar descabelada tinha ido embora com Marcos, que também levara o seu livro favorito (que, realmente, era dele). Até o SEU livro favorito era dele... Até suas idéias favoritas eram dele... e com esses pensamentos, a preguiça de pentear os cabelos, e uma vontade de sair na rua assim, descabelada, desarrumada e desesperada , feito uma louca silenciosa , para mostrar pra todo mundo o seu estado de espírito naquele dia, bagunçado como seus cabelos... e a única coisa que ela conseguia pensar era:

É FODA SE ENTREGAR POR COMPLETO PRA ALGUÉM QUE A GENTE SABE QUE UM DIA VAI EMBORA E VAI LEVAR TUDO COM ELE E VAI DEIXAR PRA MIM SÓ A CARCAÇA, COMO SE FOSSE O SUFICIENTE PRA EU CONSEGUIR SOBREVIVER. E O PIOR. SE ELE FOI EMBORA ASSIM, PODE SABER QUE O QUE ELE LEVOU DE MIM, ELE VAI DESPEJAR NA PRIMEIRA LATA DE LIXO QUE ELE ENCONTRAR. POIS, NESSE MUNDO, UMA ALMA NÃO FAZ SENTIDO SEM UM CORPO. A ALMA ELE LEVOU. O CORPO FICOU COMIGO. O QUE QUE EU FAÇO AGORA?



Decidiu ir ao cabeleireiro. Sentou-se na cadeira.

- Corta e pinta de vermelho, por favor.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Brasileiro


Queria um blog 100% autoral, mas permitirei- me a seguinte citação :


"O europeu abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído por ela, só ela e mais ninguém"


O Cortiço, de Aluísio Azevedo