domingo, 1 de novembro de 2009

Sobre o medo

De onde vem a Força dos que levantam bandeira e vão abrindo caminhos para os que vêm atrás passar? Daí nos perdemos nessa expedição; ouvi em algum lugar, ou essa idéia e minha e já não me lembro mais, que, quanto mais velhos, mais covardes ficamos. Por quê? Não deveria ser o contrário? Não deveríamos, com o tempo, aprender a guardar o medo na nossa barriga, não deixá-lo passar da garganta bloqueando, assim, a nossa respiração? Afinal, uma consciência, daquelas que se aproveitam da experiência para apreender lições, deveria saber o que fazer com o medo, já que ele aparece mais de uma vez na vida. Ou será que a consciência serve é pra isso mesmo? Pra cortar os nossos ímpetos e nos deixar arredios diante a vida? Um animal selvagem tem medo? Um leão tem medo? Tenho a impressão de que os cachorros e os animais adestrados têm medo.

Eu odeio a palavra “medo”. Odeio poucas coisas na vida. Uma delas é a palavra “medo”. Mais a palavra que o sentimento. A palavra é usada muitas vezes como desculpa para não sairmos do lugar. E aí é que está –creio eu- a grande diferença entre o corajoso e o covarde. Enquanto o covarde se retrai pelo medo, o corajoso usa o medo para alimentar a sua coragem e, assim, ou POR CAUSA DISSO, consegue ultrapassar os obstáculos que a vida apresenta.

Outro dia, na TV, eu assisti uma série em que uma médica se apaixonava por um paciente que estava internado, à espera de um transplante de coração, num “morre-não morre”. Ele também se apaixona por ela, daí ela levanta a questão da ética profissional e aquele bla bla bla do sistema. Uma cena super delicada, os dois super emocionados pela impossibilidade aparente daquele encontro . E ele diz que ali, naquela cama, pensando sobre a vida, os momentos de que ele se lembrava , e que realmente tinham sido os melhores de sua vida, eram aqueles em que ele fez justamente o que “não deveria” ter feito. E quem dita essa regra? Do que deve ser feito, ou do que não deve ser feito? QUEM DISSE QUE NÃO SE PODE????? QUEM??? A não ser que haja uma justificativa plausível, tudo pode ser feito. A GENTE PODE FAZER TUDO.

Bem. Pra terminar, procura no you tube um vídeo o Steve Jobs em stanford. ( é logo o primeiro se vc digitar “Steve Jobs”) Eu recomendo a versão legendada pra não correr o risco de vc perder uma palavra do que ele ta dizendo. E preste atenção, ok?

5 comentários:

Thaís Pacheco disse...

Meu medo não é de ser covarde.
Especialmente quando mais velha, meu medo - que nos diferencia dos animais - é ser racional o suficiente para concluir que não vale à pena gastar minha energia para mostrar coragem.

r. disse...

carol, carol, carol ... e que bom que você voltou a dar o ar das letras. desculpe pela ausência no mail, mas ... enfim, sexta agora, rola? seria sim bacana trocar umas idéias, e colocar aquela idéia de novo em pauta. o que você acha?

p.s.: e eu não sei de onde vem a tal da dita força, ou do tal do dito medo, só sei que eles existem, e que tem dia que é foda justamente por isso.

p.s. do p.s.: mandando convite no seu mail. aceita, oka? um beijo.

Bernardo De Filippo Rezende disse...

caroline...eu ja tive medo algumas vezes na vida. E nas vezes em que tive muito medo (mas muito medo mesmo), percebi o quanto ele é poderoso para nos travar, nos paralisar. Ele nos cega, ficamos com amnésia e irracionais. Hoje aprendi com o medo a não ter mais medo, e o medo, antes tão poderoso, agora é frágil e ridículo. Tornou-se insignificante após a compreensão do seu significado. Qnto ao paciente e a médica, conheço uma história parecida...
bjos

Lg. disse...

Já comprou o amor líquido?
Beijo.

Contos de F. disse...

tá la na minha estante, mas ainda nao li!