porque tem dias que a gente so consegue pensar em dizer pra vida: espera um pouco, por favor. mas ao mesmo tempo , vem a pergunta: esperar pra quê? esperar por quê? vamo que vamo, porque o tempo- a pior invenção do homem - passa por cima da gente e se a gente para pra vê-lo passar dá uma deprezinha. entao não. nada de esperar. nada de ficar com medo de desgastar esse corpo por causa das tarefas que são colocadas na minha frente e que sao em sua maioria desafios. foda-se que a minha juventude é uma só. a sabedoria não é. e se ver o meu brilho ir embora é o preço que devo pagar para me sentir competente, realizada e sábia, acho que é um preço justo. afinal, como dizem por aí, deus nao dá asas a cobra. mas longe de mim precisar me arrastar pra carregar no futuro um corpo que nao se sustenta pelo que tem dentro. que o meu corpo fique no chão, mas que os meus pensamentos e minhas palavras sirvam para me fazer voar, e que eu possa levar quem eu quiser comigo.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Urbana
Andando pelas ruas do bairro, às 8 da manhã, num calor já infernal, sentindo a umidade no ar, junto com o cheiro- que é mais forte nas segundas-feiras, porque o lixo do fim de semana se acumula nas ruas, esperando o caminhão passar - e pensando o que apenas uma verdadeira urbana pensaria numa hora dessas: como é bom morar numa capital. Os sacos encostados no canto, as empregadas passeando com os cachorros e com os meninos. As faixineiras na porta dos prédios fofocando. A oficina ainda fechada, ao contrário do trânsito na avenida debaixo, já congestionado. O caminhão de lixo passa, no mesmo momento em que o ônibus buzina para um taxista que o impede de estacionar no ponto. Lembro-me que às 11 horas é o almoço dos pedereiros que às 6 já me acordavam com a cantoria habitual do início do turno- hoje, a vida é bem mais rápida que os automòveis, caro Drummond- e eu adoro isso.
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