O silêncio que a tantos assusta é o lugar em que me sinto melhor. As palavras se interpõem entre os lados – sejam eles coletivos, concretos, abstratos, individuais... Qualquer símbolo impregna de idéias e valores a existência de uma mensagem simples e pura. Não há pureza nas palavras. O silêncio consegue ser mais exato. Olhares dizem muito mais. E é menos provável que se minta em silêncio. Em silêncio a língua é outra- das energias, das afinidades, da alma. É através dos olhos, e em silêncio, que se chega ao âmago dos outros – e ao nosso também: pelos olhos e em silêncio. Não há outro caminho. Porque algo se perde quando precisamos (de)codificar. E as muitas possibilidades que se acrescentam através do código, podem tornar o caminho menos reto- como um mapa cheio de vias: mais possibilidades nem sempre resultam na melhor trilha. Eu moro no silêncio. É uma pena que muitos ainda se assustem com ele.
domingo, 6 de junho de 2010
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