sábado, 1 de agosto de 2009

Surpresa

Um amigo disse que tenho muito da infância em mim. Eu nunca acredito que as questões transparecem para os outros. Mas isso acontece. Daí, quando menos se espera, vem um observador e relata tudo aquilo que a gente acha que ta escondido lá no fundo dos nossos compartimentos. Os poros exalam todas as nossas verdades para quem quiser lê-las. Os olhos transmitem toda a nossa essência para quem consegue interpretá-los. Mas o engraçado é que, ás vezes, a gente precisa justamente é de alguém pra apontar o dedo na nossa cara e falar. Ou pegar esse mesmo dedo e cutucar todas as nossas feridas pra gente sentir que elas ainda estão lá. O Alex fez isso comigo ontem. De uma forma despretensiosa, enquanto eu falava sobre um desentendimento com o meu pai, eu falei que eu precisava matar o meu pai (simbolicamente). Eu estou num momento de definir novos paradigmas, de resolver todas as pendências da minha vida. E o meu pai provocou uma situação a partir da qual eu senti a necessidade de colocar a nossa relação em xeque. Daí o Alex me manda uma dessa: você tem muito da infância em você. E aí eu saquei tudo. Eu entendi todas as terapias que eu já fiz na vida nessa frase do Alex. Agora, com 29 anos, faz sentido pensar nessa história, porque agora chegou o momento de definir, posicionar e, finalmente, crescer pra valer. Ir pra vida adulta pra valer, sem essa âncora que me prende à infância. Obrigada, Alex. Você me deu a chave. Agora tenho só que descobrir como abrir essa porta. Ou fechar. Depende do ponto de vista.

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